A VIDA DE MARIEMA !
Minha Vida
A minha vida começou no dia em que eu perdi a minha mãe, eu tinha apenas 3 anos de idade.
Aos 8 anos perdi o meu pai. E assim começou.
Fui judiada pelas minhas tias, meus irmãos que me mandaram para o orfanato. Mas eu não consegui ficar lá, voltei para trás aí ela pois o filho dela e o meu irmão no cavalo e me mandou para o asilo, como podia ficar com 8 anos no asilo? No meio de tantos idosos. Foi aí que apareceu um casal de gente muito boa que são: José Miguel de Abrel e Dona Elza que mi tiraram de lá, eles foram muito bons para mim e como foram bons. No dia em que eu sair daquele asilo parecia que eu estava indo para o céu e lá na casa deles fui muito feliz, eles eram carinhosos comigo e não deixavam faltar nada. Até que chegou um dia que o destino fez com que eu saísse de lá, como foi cruéu para mim, voltei para a casa fiquei andando e andando de casa em casa sofrendo ia pra casa de um, não mi queriam, era humilhada, abandonada e sofredora na casa de meu irmão só apanhava não tinha nem cama para mim dormi. Até que um dia eu até a casa da minha avó. Quando eu cheguei lá, meu tio não mi queria lá, brigava muito com a mulher dele. Minha avó como estava muito doente, pegou e disse para a outra neta dela " leva a Mariema e entrega na casa do Zé Bernadinho. Ela mi levou quando cheguei lá, ela bateu na porta ele veio atender e disse:
- Oque ela está fazendo aqui? Eu não quero esse demônio aqui na minha casa. Como podia um irmaõ ser tão cruel, chamar sua própria irmã de demônio aí foi que ele abriu a porta, como se eu fosse uma criminosa, prisioneira ali eu passava fome, passava sede, não tinha aonde dormi as horas que eu passava mal com crise a minha cunhada me batia muito e como me batia às vezes eu estava fora de mim, não via oque passava, quando eu voltava a mim, estava toda machucada, eu não podia falar nada se eu falasse eu apanhava mais. Quando eu tinha fome eu ia para casa de algumas pessoas muito boas ali é que eu achava oque comer. Quando voltava para a casa ficava no terreiro, até que ele chegasse do serviço e no dia em que estava chovendo que eu não podia sair de casa eu chorava de fome às vezes as pessoas me perguntavam porque eu estava chorando para não falar a verdade eu mentia, falava que estava com a cabeça doendo, mas tudo era mentira para evitar que eu apanhace de novo e assim foram muitos ano. Quando eu tinha fome muitas vezes fui à tocha de inhame para comer, minha cunhada como muito má me batia de novo. Tirava o tacho de inhame do lugar para que eu não comesse. Até que um dia eu mi lembrei da frase que minha avó disse, que ia mi entregar de Nossa Senhora e São José que em toda parte que eu andasse nada ia acontecer comigo.
Um dia resolvir sair da casa deles, e disse "Eu vou mi embora. Vou cumprir o meu destino. Tenho fé em Deus que Nossa Senhora, São José e Nossa Senhora do Amparo nunca vai mi desamparar". Foi aí que eu sair com uma muda de roupa na sacola e sai andando sem saber pra onde ia. Andei, andei até sair em Santa Bárbara do Leste, parei na bera do asfalto até que veio um ônibus, pedi ao motorista que me desse carona, ele me perguntou pra onde eu iria, disse á ele que iria para Caratinga aí ele pediu que eu entrasse.
Chegando a Caratinga ele me disse que havia chegado.Então eu desci do ônibus sem destino,sem saber para onde ir! Fiquei dormindo na praça, passando mal, caindo na rua sem ninguem para mi socorrer. Até que um dia apareceu uma mulher e me disse:
- Oque você está fazendo aqui?
- Eu estou aqui porque não tenho lugar para ir! Eu responde.
então ela mi respondeu:
- Então vou ti levar para a casa da dona Terezinha.ela cuida das pessoas que não tem parentes.
Ali eu fiquei 5 dias, até que um dia ela saiu e ficou sabendo na rua que eu tinha irmãos, parentes, que todos podiam cuidar de mim e disse:
- Você não pode ficar mais aqui! Pegou minhas coisas e jogou tudo pra fora, eu voltei pra rua de novo.
Passei várias noites dormindo na rua, passando frio, passando mal na rua mas como tinha muita gente boa, nas horas que eu passei mal me tirava daquele lugar perigoso, quando eu melhora tinha alguem por perto de mim e me perguntava " Você está com fome? Você tem custumes de dar essas crises?" eu respondia sim aí eu passei muito tempo. Até que um dia apareceu uma linda menina da minha idade, e me perguntou:
- Como você si chama?
- Meu nome é Mariema das Graças - Respondi.
- Você quer ir para a minha casa ? - Ela disse
- Talvez seu pai não aceite!
- Vou pedir há eles! E saiu correndo foi na casa dela, só que aí o pai dela era mudo, eu não entendia oque ele dizia. Aí ela disse que ele dizia que podia viver por muito tempo lá.
Era bem tratada eles eram muito carinhosos comigo. Até que um dia o destino mi mandou de volta pra rua, porque eu mesmo pensei "eles não são meus parentes, não é nada meu são apenas pessoas bondosas e caridosas" eles não queriam que eu saísse, mas eu sair. Fui até a casa de uma senhora e perguntei á ela si ela precisava de pessoa para trabalhar e ela mi respondeu:
- Sim, eu preciso de uma pessoa para lavar roupa, passar e arruma a casa. Ela quis saber da minha história toda, eu contei tudo pra ela e ela mi disse " Então eu vou arrumar um quarto pra você e algumas panelas pra você fazer o seu comer entroca dessas coisas. Eu fiquei ali por muito tempo, eu lavava, passava, lavava louça só pra ganhar a cama pra dormi e a comida pra comer. Entrocca disso eu passei muito tempo mais foi bom pra mim, pois não estava na chuva e nem na rua.
Até que um dia apareceu um senhor de idade e me convidou para ir em um centro espírita eu como não tinha ninguém pra mi explicar oque era isso aceitei, chegando lá foi uma surpresa para mim. Na hora da oração um par de Santos falou pra mim " Tem uma pessoa entereçada em você" mais eu não acreditei e falei:
- Não é possível. Eu! Uma pessoa jogada, desprezada. Ela respondeu:
- Mas tudo pode acontecer na sua vida.
Na hora em que fui embora, vim andando junto com aquele senhor ele me disse:
- Você mora sozinha?
- Sim - Respondi.
- Eu sou viúvo quer morar comigo?
- Não porque eu sou doente e não quero dar trabalho há ninguém ! Disse á ele .
- Eu vou cuidar de você, vou tratar de você como se fosse uma rainha.
- Nada disso. Respondi.
Foi até que um dia que eu decidi, ele apareceu na minha casa onde morava e me perguntou:
- Você já pensou ??
- Sim. Responde á ele.
- Eu vou alugar uma casa, e vou ti tirar daqui. Ele disse
Daí fui marar com ele, fui pra casa dele. Como foi bom nos 6 primeiros anos que eu vivi com ele, ele nunca me humilhou, nunca judiou de mim, nunca falou nada que me magoasse, apenas brincava comigo, zuava comigo, nunca deixou faltar nada pra mim, quando eu passava mal ele me dava bastante atenção, não deixava nem que saisse da cama.
Até que um dia o destino nos separou, ele adoeceu, foi levado para o hospital e ficou enternado. Depois de alguns meses, recebi uma ligação. Pensei " Será que é ele ? ". Quando fui atender era ele, que dizia :
- Quero ver você !
Nisso apareceu uma pessoa na minha casa. E me disse:
- Eu vou ti levar onde ele esta !
Ele estava no hospital Santa Monica em Belo Horizonte.
Eu fui quando cheguei até a porta do hospital, o guarda me disse para que eu esperasse que o dia amanhecesse. Quando o dia amanheceu o guarda levou-me até o quarto onde ele estava. Quando cheguei no quarto ele me abraçou muito feliz e disse:
- Você vai ficar aqui comigo o dia inteiro ?
- Sim. Respondi.
E assim fiquei quando chegou a tarde ele me disse que no dia 3 de janeiro ele ia chegar em casa. Como eu fiquei feliz ! E me levaram de volta para a casa.
No dia 3 de janeiro ( no dia que ele dizia que iria chegar ) Recebi outra ligação, eu fui atender, e eles disseram pra mim que ele tinha morrido e que era pra mim comprarecer rapidamente com a roupa dele para fazer a sepultura. Foi muito triste para mim, saber que ele tinha morrido, parecia que o mundo tinha acabado para mim.
Fui à casa de uma das filhas dele avisar, e ela achou ruim e disse que eu era a culpada de tudo. Nisso ela passou mal, eu fiquei sem saber oque fazer, estava sozinha sem niguem pra me ajudar . Mais a tarde o esposo dela apareceu lá na minha casa e me disse que a filha dele iria comigo. Ela foi mais não queria que falasse que ela era filha dele, porque ela não queria assumir os gastos da sepultura, entaõ o médico me disse:
- Se você não poder pagar, nóis vamos levar ele para a medicina e descobrir o problema.
Aí então eu fiquei sem saber oque fazer, aí eu pensei " ele tem uma filha que mora no Rio de Janeiro. " Aí eu dei o endereço dela e o nome. Em seguida o médico passou um telegrama pra ela, em poucos momentos o genro dele chegou que era o marido dessa filha q morava no Rio de Janeiro e disse:
- Pode marca tudo se eu não conseguir pagar tudo, eu deixo meu carro para garanti. Então arrumou tudo e sepultou ele. Em seguida eu voltei para a casa, quando eu cheguei foi muito dificil para mim, porque ele tinha um filho, que me obrigou há ficar com ele, e eu não queria, então ele me ameaçou dizendo " Se você não ficar colmigo eu ti mato. " Foi aí que eu fiquei presionada e disse á ele :
- Você não vai fazer isso comigo, pois Deus é maior!
Então fui até a casa da irmã dele e falei pra ela oque iria fazer porque o irmão dela tinha me ameaçado entaõ ela me respondeu que ele não poderia fazer isso com você, vai na delegacia e da queixa. Então fui na delegacia, porém a Geralda não queria que eu dissese que foi ela que mandou e que deu a opinião. Chegando lá na delegacia contei ao delegado ooque estava acontecendo e ele me perguntou o nome do sujeito eu disse que era o Jorge Araújo de Martins, "Ás vezes seja essa pessoa que estou preocurando". Nisso me pôs no carro e me levou até minha casa. Quando chegamos lá ele estava no vizinho que morava nos fundos da minha casa. Então o delegado pegou os papéis e a foto dele e foi até a casa onde ele estava, lá encontrou ele junto com outra mulher e delegado apresentou ele ao papel e a fotografia e disse:
- É você mesmo que eu estou preocurando a muito tempo, e não ti encontrava mais finalmente chegou a hora.
- Por que? Eu não fiz nada ! o Jorge perguntou ao delegado.
- Fez sim ! Disse o delegado. você matou uma pessoa no Rio de Janeiro, em uma padaria para roubar.
- Não. O Jorge disse.
O delegado disse pra ele entrar no carro porque tinha acabado pra ele, e disse também que o Jorge não ia fazer nada comigo e com ninguém
- Todo tempo que eu ficar aqui, eu acabo com você! Jorge me ameançando.
Então começou tudo de novo, voltei áh morar nos lugares que morava antes, sozinha, sofrendo, sem ter ninguém pra conversa, durante anos foi pra mim sofrer sozinha, sem saber oque vinha pela frente.
Até que um dia apareceu outra pessoa na minha vida, foi na minha casa, com a prima dele, que disse pra mim que ele é primo dela, nome dele é Nelson, mas ele tem o apelido de quebra-queixo, ele precisa de uma pessoa para cuidar dele se eu podia cuidar dele! E que se eu queria morar com ele !
- Não porque não quero ninguém na minha vida, já sofri muito com a perda de um, que era muito bom pra mim. Aí ela me disse que ele também pode ser a mesma coisa. Mas eu não acreditava. Aconteceu que passou dias e dias e ele volto, e disse :
- Vamos combinar ? Eu vou fazer tudo pra você.
Não sabendo eu, que iria sofrer denovo, pois no começo foi um mar de rosas, mais logo engravidei no meu 1° filho, que hoje tem 32 anos ( ROBISON ). Depois que ele começou tudo de novo, nos mudamos pra Rua Santa Cruz ( Caratinga ). Ele bebia muito, ás vezes tinha que carregar lata d' água na cabeça e ainda tinha que buscar o bebado na rua, quando chegava em casa, ele me agredia, me batia e me dizia " Eu vou embora, vou ti larga. " e eu com um filho pequeno, sem saber oque fazer ele apenas vendia ( QUADRO DE SANTOS E LAMPARINAS ) era só oque fazia. Onde ele ia eu ia atrás com filho no braço.
Até que um dia ele discultiu com um homem no alto da minha casa, eles tiveram uma briga feia, este homem queria bater nele, ai nois saímos de lá de novo eu mais ele vivia igual cigano, não parava em lugar nenhum, ai nós fomos trabalhar na roça, moramos de favor nas casas dos outros. meu filho ainda estava pequeno, ai eu morava numa lona no pé de café sentada no pé de café ! Foram dias mais dias, ai então o destino fez, com que eu engravidace de novo, nós saímos dali fomos para Manhuaçu, sem ter casa pra morar e preocurando casa pra pagar aluguel, mas eu não tinha dinheiro nem pra comer como eu podia viver de aluguel ? Foi como o velho ditado.
Comecei a sofrer e ele dizia “ ESTE FILHO NÃO É MEU.” Como foi difícil pra mim escultar estas coisas, só que não tinha mais ninguém na vida, eu nunca trair ele, nunca sair com ninguém na vida, eu nunca trair ou dirrespeitei ele apenas ele que saia pra casa das amantes , enquanto eu ficava em casa passando mal, faltava as coisas e ele ia pra gandaia. Quando era a hora de me levar pro hospital, Ele não ia, outras pessoas que me levavam, ai quando eu voltava pra casa começava tudo de novo. Quando as crianças iam crescendo eu ia capinar quintal pra comprar leite e pão pras crianças, enquanto ele ficava em casa só bebendo. Quando eu chegava ele me dizia “ Você não estava trabalhando! Você está atrás de outro homem.” Como podia acontecer isso se ele era o homem que eu vivia ? Até que um dia eu engravidei da minha 3° filha ( Patrícia, 26 anos ) começou tudo de novo me agredindo com palavras dizendo que não era filha dele que eu estava parecendo rato. Mas a culpa não era minha quando a Patrícia nasceu ele sempre estava me batendo as vezes os 2 mais velhos gritavam, choravam e pedia por socorro eles gritavam para a Dona Anja vim me acodi, que o pai deles estava querendo me matar e que também mudavam de idéia e diziam “ Dona Anja não vem não ele esta nu “ .Ele ia correndo até a cerca pegava os 2 meninos e levava para a casa de Dona Anja e eu ficava ali nos braços dele levando pescoçada, pontapé. Até que um dia ele saiu quando voltou, voltou bêbado ai ele disse : EU QUERO ALMOÇO.
Eu fui e botei comida pra ele. Ele virou e jogou o prato no chão então eu disse pra ele :
- Nunca mais me peça pra colocar comida. Ai ele pegou o machado e quebrou a parede. Depois de 2 dias foi preciso levar o Ronaldo para o medico. Ficou dias e dias internado ate que um dia o médico me disse :
- Leva essa criança pra morrer em casa ! eu saí dali desesperada e pensei “ Como é que eu eu vou fazer ? “ as vezes eu chorava de medo, tinha tanto medo de ele morrer nos meus braços,
Ele estava enganado dos médicos o pai dele saia e não ligava com nada nem como próprio filho. Ate que um dia chegou uma mulher na minha casa e me disse :
- Vamos levar este menino pra benzer. Então eu sair junto com ela fomos em uma casa a mulher benzeu o meu filho e me disse :
- Você tem que ir em 7 casas, mais a outra não pode saber que a outra benzeu. Assim eu fui com ela. 7 dias em 7 casas, no dia que completou as 7 casas ela me disse:
- Hoje você pode dar a ele o alimento porque vai ir pro estomago dele. Eu estava com muito medo ela mesmo preparou um sopinha, e deu ele, ele não vomitou mais afinal de contas eu com muita fé pedi a Nossa Senhora Aparecida. Desse dia adiante ele passou a se alimentar bem e nada mais aconteceu com ele, graças a Deus por isso eu tenho muita fé e agradeço muito a Deus.
Chegou outro dia o pai dele como sempre muito violento saiu de casa e disse :
- eu vou sumir você se vira sozinha com eles. Mais nada disso aconteceu a tarde ele voltou e como sempre ali ele me disse :
- eu comprei um terreno ! todo dia ele saia ia pra lá o terreno ficava lá no Alto do Papagaio hoje tem o nome de Bairro Santa Luiza, ele cortou umas estacas e fincou lá , e amarrou 2 lonas e disse :
- A casa já esta pronta ! Porem eu não sabendo, fui pra lá, quando cheguei eu vi que não tinha nada pronto era tudo barro. Eu chorei muito mais fiquei ali, até que um dia apareceu ali um vereador olhou onde eu morava e falou que ia mandar os materiais para a construção da casa, como ele não resolvia nada eu mesma fui meter a Mao na obra, carreguei pedra, areia, tijolos. No dia seguinte eles levaram o cimento, eu mesma fazendo massa, mexendo concreto, as vezes ele vinha e me ajudava a levantar um tijolo, foi ai que consegui fazer 2 cômodos pra morar com os meus filhos, e em seguida veio brigas entre nós 2 ele sempre dizia :
- Esses filhos não é meu. Um dia ele me pegou de novo pra bater, foi ai então que apareceu um homem e pegou ele e arrastou para fora, eu nem sabia quem era este homem, deu muito chute e pontapé nele e em seguida chamou a policia que chegou e disse:
- Por que você esta fazendo isto ?
- Ela no presta, ela é uma vagabunda. Ele respondeu
A policia segurou ele e saiu com ele, ee eu pedi pra não bater muito menos judiar dele. Então a policia disse :
- Mais você com um monstro desse dentro de casa ainda quer defender ? eu respondi :
- Ele é o pai dos meus filhos e é por isso que eu não quero que judie dele. Os policias levaram ele e ele ficou da noite pro dia na delegacia no outro dia soltaram ele, ele veio ate perto da minha casa e pediu a um senhor ir ate minha casa e pegar um par de roupa, e foi embora pra Caratinga, como sempre pra casa de amantes ! Eu fiquei sem nada em casa pra comer, sempre me preocupando com meus filhos. Ate que um dia eu sair de casa, mesmo comendo as migalhas das casas dos outros, mais Graças a Deus meus filhos nunca passaram fome, mais sempre chorando por causa do pai. Um dia de manhã um deles amanheceu passando mau, eu fui levar ao medico pediatra que era o dr. Luiz, lá eu contei o que estava acontecendo, este medico como era bom, escreveu uma carta me deu e disse pra mim vai ate o super mercado “ Abertão “ e peça para eles ti entregar tudo isso que esta escrito ! Então eu fui até o super mercado chegando lá me perguntaram quem que tinha escrito aquilo, eu respondi que era o dr Luiz na mesma hora eles foram pegando tudo que estava escrito e botando na caixa. Dali eu peguei o outro bilhete e me mandaram ir direto ao açougue, eu fui ! Quando cheguei lá e o dono do açougue me disse :
- Você vai levar pra casa hoje 1 kg de carne moída e 1 cartela de ovos e toda semana você vem aqui para pegar mais. Eu fui para a casa logo após eles chegaram na minha casa com as compras, nossa eu nunca tinha visto tanta coisa assim na minha vida. Então aquilo pra mim e paras as crianças foi o maior prazer. No dia seguinte eu estava ali com as crianças, e uma vizinha muito boa estava conversando comigo, quando em seguida um carro parou na minha porta, eu fui atender, quando abri a porta um homem me disse: ‘’Vim trazer umas coisas para você e as crianças o Padre da igreja me mandou que eu trouxesse para você’’ Quando ele entrou e viu as crianças, eu estava sozinha rebocando a minha casa, daí ele me disse: ‘’ Uai você esta trabalhando de pedreiro? E eu respondi que sim, e ele me perguntou: ‘’ Como você esta fazendo com estas crianças sozinha’’? e então respondi: Estou lutando com muita dificuldade para que as crianças não passem falta de nada, então ele tirou as coisas do carro e levou pra dentro da casa, foram tantas coisas, agasalhos, cobertores, colcha de cama, alimentos entre outras coisas básicas de nossa necessidade.
Eu não imaginava que alguém um dia fosse levar alguma coisa na minha casa, durante muitos dias fiquei sozinha com as crianças, mas quis o destino mais uma vez armar pra a minha vida, sai de casa com as três crianças e fui para Caratinga para votar, pois era época de eleições, fui a casa de uma amiga e lá deixei os dois mias novos, e fui com o mais velho (Roberson) em direção ao cartório mas antes de chegar ao cartório ao cruzarmos um cruzamento ao atravessar a rua meu filho soltou de minha mão desesperado para correr ao encontro do pai, eu não acreditava no que estava vendo, era mesmo uma coisa do destino, vi o menino agarrar o pescoço do pai e pedir a ele que voltasse para casa, mas que não batesse mais na mãe dele, ele pedia ao pai que voltasse para casa para comprar pão para ele, na verdade o que ele queria era que o pai voltasse para casa pois sentia falta do carinho do pai, embora fosse tão ruim quando bebia, o pai colocou ele no colo e olhou para ele e falou: ‘’Sim meu filho eu volto para casa, mas só se sua mãe deixar’’’ Ao mesmo tempo o menino lhe dizia, ‘’ Voltar para casa sim pai, mas bater na minha mãe não’’ Seu olhar se voltou para mim e ele me perguntou:’’ Posso voltar para casa Mariema? Eu respondi: ‘’Sim, você é o pai dele e quem saiu foi você não fui eu quem te expulsei de casa, daí ele voltou para casa junto comigo e as crianças, passados uns 3 meses ele estava um doce, não brigava, não batia, não bebia, eu engravidei de novo, e mais uma vez era uma menina, a caçula (Rosimar) porém depois dista gravidez ele voltou a dizer o mesmo de antes, esta criança não é minha filha, ela é filha do Sr. Antonio, e eu muito triste lhe dizia’’ Como ela pode ser filha do Sr Antonio se foi com você que eu me deitei, e ele me acusava e me dizia não ser verdade, e eu sempre falava que no dia em que aquela criança nascesse eu a levaria para fazer o exame de DNA, se fosse dele ele iria cuidar, mas se não fosse eu cuidaria sozinha.
Muitas das vezes eu pensava em tirar minha própria vida, tudo por causa das acusações dele, mas como Deus é muito bom, eu refletia bem e voltava atrás e tipo como que eu iria fazer isto se eu tinha 3 filhos para cuidar eles não tinham culpa e não pediram pra nascer. Então continuou por mais 6 meses assim.
Até que um dia eu cheguei em uma feira e encontrei uma senhora e me perguntou:
- Quando você vai ganhar esta criança ?
- Daqui a 3 meses, respondi.
Ela me disse:
- Vai a minha casa esta semana que eu vou dá um enxoval para você e a criança.
- Onde você mora ? Perguntei.
Ai ela me deu o endereço, marcou o dia certo para eu ir na casa dela. Eu fui no dia que ela marcou procurei a casa dela, quando eu cheguei lá ela me deu varias coisas até mesmo roupa para mim, depois eu fui ao medico fazer o pré natal e ele me disse:
- Você precisa parar de ter filhos, você quer fazer uma laqueadura ?
- Vou pensar. Respondi
- Mais, você não pode ficar arrumando mais filho ano, você tem problema de saúde, alem do mais toma esses remédios fortes, se você não fazer isso vai continuar arrumando filho ate seus 50 anos.
Daí eu voltei para a casa pensando no que ele havia me dito, eu contei ao meu marido e ele não aceitou, então conversei com as minhas amigas e elas me disseram:
-Deixa de ser boba você não é casada com ele, ele é muito ruim pra você, pense no que o medico falou eu também já fiz isso, não precisa dele assinar nada.
Mais como eu tinha medo fui esperando. Quando chegou ao 7° mês da gravidez eu fui ao medico, o medico pergunto se eu tinha pensado no que ele tinha sugerido para mim, eu disse que eu não podia fazer nada mais meu irmão sim e que eu ia conversa com ele o medico me falou que quando faltasse 15 dias para ganhar a criança pra mim voltar lá e me entregou uma carta para quando eu chegar lá dá a carta há enfermeira EVA que ela vai entregar pro medico eu fui pra casa com a carta nas mãos e quando cheguei em casa foi uma briga só e ele me disse :
- Não conte mais comigo, porque você para mim não vale nada !
Então eu continuei sofrendo, sendo humilhada, por ele. Quando eu ia para o hospital, ele não quis ir comigo ele me deixou e nem voltou pra saber noticias. Quando a criança nasceu eu fiquei no hospital durante 8 dias. Ele não foi nem pra levar roupa pra criança. Os outros perguntavam aonde estava o pai da criança e eu respondia que estava em casa. No 8° dia eu recebi alta pra sair do hospital, mais eu não conseguia sair dali sem roupa para mim e para o bebe, sendo que tinha tudo em casa e ele não foi levar nada então a enfermeira Eva me disse que eu estava de alta e eu respondi pra ela que como que eu vou sair se ele não veio trazer roupa pra mim e pro meu bebe ? Então ela entrou lá no hospital e pegou a roupa para a criança, trocou ela e tudo bonitinho ! E disse que iria m levar em casa. Chegando perto da minha casa, começou a chover e o carro não subia o morro, então ela pediu a minha vizinha que me levasse até em casa lá nós fomos e eu como bebê no colo. Chegando em casa encontrei as crianças no berço e uma limpando a casa, ela estava jogando água no chão pensando que estava limpando a casa e o pai deles na cama bêbado. Então eu passei pela aquela aguaceira e deitei na cama somente as pessoas de fora que ia lá, dava banho na criança, trocava as roupas dela para mim, o pai dela não conversava comigo, por muito tempo ficamos assim, até que um dia ele saiu para a rua e disse que ia trabalhar, ao voltar estava bêbado, com alguma migalha de dinheiro no bolso, foi uma vizinha na minha casa e disse:
-‘’O Nelson esta caído lá em baixo.’’
Eu sai com esta pessoa e quando cheguei lá, fui logo no bolso dele e tirei o dinheiro que ele tinha, com muito trabalho levamos ele para casa, ele deitou e ficou até o dia amanhecer,, quando amanheceu sai e fui à xcasa de uma comadre ee disse:
- Comadre Nilza o Nelson bebeu muito e eu pegueei o dinheeiro que tienhq no boolso dele.
Ela me respondeu:
- Comadre Mariema, isto não é pecado, é para tratar doss filhos dele.
Quando ele melhopoprou da ressaca me disse:
- Eu fui roubado
Eu sabendo o que havia acontecido fiz de conta que de nada eu sabia, assim fui fazendo por muito tempo, até que esta criança completou um ano, daí ele me disse:
- Eu preciso ir ao médico
E foi. Ao retornar ele me disse que o médico havia lhe mandado ir para São Paulo, pois lá seria mais fácil dele se aposentar, e eu preocupada lhe perguntei:
-Como, eu ficarei com as crianças aqui sozinha?
E ele me respondeu que sim, e que eu não iria com ele, eu sem pensar duas vezes lhe disse:
-Vou com você sim, quem prende o pato da a água, você é o pai das crianças.
Ele me disse:
-Você se vira para a arrumar o dinheiro, pois eu não tenho dinheiro para pagar sua passagem, eu não quero você por lá.
Eu chorei, minhas lágrimas correram para o chão, ele pensou que eu não arrumaria o dinheiro, mas Deus é bom, eu fui à casa da comadre Nilza e ela disse que era louca de ir para São Paulo, me disse que ele iria acabar me matando por lá, mas eu não podia ficar sozinha com os meninos, eu não tinha dinheiro para dar o alimento deles, voltei para casa e fui procurar o rapaz que trabalhva para a conferencia de São Vicente de Paula e conversei com ele chorandoe lhe disse:
- Eu não tenho como ir, não tenho dinheiro para gastar com as crianças.
E ele me respondeu:
- Amanhã ao meio dia eu irei na sua casa e lhe darei a passagem e as coisas para as crianças comerem.
Daí fiquei mais tranqüila, pois sabia que Deus não me deixaria ali abandonada depois de todo o sofrimento que passei, ele apareceu na minha casa como havia prometido, com a passagem e com o dinheiro e me disse;
- Dona Mariema aqui esta o que eu prometi para a senhora.
No dia seguinte o Nelson saiu de casa e foi à rodoviária comprar a passagem, mas não sabendo que eu estava com a minha como sempre de surpresa, quando ele voltou estava chegando em casa todo contente e com o sorriso na orelha me disse:
- Parto amanhã para São Paulo.
Eu olhei para ele e lhe respondi:
- Você esta enganado pois eu também vou, estou com a passagem e tudo pronto para irmos.
E ele com o olhar assustado me perguntou:
- Onde você arrumou o dinheiro?
Eu lhe respondi:
- Enquanto você esta indo com o milho eu já estou comendo o angu.
Ele me perguntou:
- Onde iremos morar com as crianças?
Eu respondi:
- Não sei, aonde você for eu vou atrás.
Então no outro dia, no horário que ele tinha marcado pra viajar, eu já estava com a mala pronta, e as crianças arrumadas. Ai eu sair junto com ele, fomos para São Paulo, viajamos a noite inteira até chegar lá. Quando cheguei lá eu pensei “ Como vou fazer ? Não conheço ninguém aqui.” Logo que desembarcamos do ônibus na rodoviária ele disse :
- Vamos pegar o metro. E ele saiu e eu segurando duas crianças e ele duas também. Pegamos o metro que ia para Jabaquara, chegando em Jabaquara pegamos o ônibus para Diadema, chegando em Diadema pegamos outro ônibus para Jardim Inamar. Ao descer do ônibus eu não sabia onde estava de tão boba que sou.
Fomos á feira, quando chegamos na feira encontramos com o sobrinho dele. Então o sobrinho dele deu bença, e perguntou se ele estava bem, e apresentou um por um das crianças.
O sobrinho levou todos nós para a casa dele, e lá eu fiquei durante 4 dias muito quieta, muito tímida sem saber oque fazer porque pra mim todos eles eram estranhos, eu tinha vergonha de tudo até mesmo da hora de comer, eu não conversava com ninguém, até que chegou que a sobrinha dele me disse :
- Mariema eu vou te dar dinheiro para você alugar um cômodo pois aqui você não esta se sentindo bem, quando o Tio chegar você fala para ele.
Quando o Nelson chegou eu disse:
- Nelson a Bethe vai dar o dinheiro para a gente alugar uma casa pois aqui eu não estou me sentindo bem.
Então no outro dia, ele saiu para procurar a casa, e voltou mais tarde me dizendo que havia conseguido uma casa na rua doze, daí eu disse para a Bethe:
- Bethe, o Nelson conseguiu uma casa na rua doze.
Dai ela me deu o dinheiro, eu não tinha nada, apenas a roupa do corpo, a mãe dela pegou algumas panelas e pratos e cobertores e uma espuma velha de um colchão e me deu, nós pegamos as crianças e partimos para a nova casa, quando chegamos na nova casa, eu não sabia o que fazer, estava muito frio, as crianças estavam sem agasalhos, arrumamos papelão e colocamos o colchão em cima, não tinha como tomar banho, então eu fiz uma fornalha no terreiro, e todos os dias eu saia na rua para caçar pedaços de madeira, as crianças ficavam em casa pois as pessoas diziam que aqui era muito perigoso, e assim eu consegui por alguns dias levar esta situação, porém em um determinado dia, fomos convidados a irmos a uma igreja evangélica que ficava ali mesmo ao lado da nossa casa, e nós fomos, eu, ele e as crianças.
Quando chegamos fomos muito bem recebidos, nos perguntaram de onde éramos, nós respondemos que estávamos ali a poucos dias, mas que éramos de Minas Gerais, e eles nos deram as boas vindas, e nos perguntaram se podiam fazer uma visita, e eu disse que sim.
No dia seguinte eles apareceram em nossa casa, viram a nossa situação, viram como nós não tínhamos nada, nem mesmo para comer, eles oraram e saíram, mais tarde voltaram com uma cesta básica, me perguntaram se eu tinha fogão e eu disse que não, que usava uma fornalha para aquecer uns panos e esquentar os meninos, e para dar banho, aquecia água para eles tomarem banho, a comida era feita ali mesmo no fogo a lenha, e assim foi por alguns dias, até que um dia eu sai para caçar gravetos, pedaços de madeira velha, e uma senhora me perguntou se eu queria um fogão e eu respondi que sim.
Eu sai e fui em casa para buscar o Robinho, voltamos á casa dela e levamos o fogão para casa. No outro dia fomos à igreja e lá eles nos perguntaram se estávamos bem, daí eu respondi que estamos levando a vida, contei para eles sobre o fogão que eu havia ganhado, mas que ainda faltava o botijão no mesmo dia eles foram à minha casa e nos levaram o botijão de gás e algumas vasilhas. Dias depois apareceu um irmão e nos disse que no Jardim União havia uma casa para vender mas eu sem esperança respondi:
- Mas nós não temos dinheiro para comprar, como iremos comprar uma casa? Além do mais o Nelson esta desempregado e não trabalha.
Eles me responderam que dariam uma ajudinha, se reuniram e nos ajudaram com a primeira parcela, eles foram com nós, e nós vimos o barraco, combinamos com o dono, naquele tempo era muito dinheiro para quem não trabalhava, então contamos para ele como era nossa situação e que nós tínhamos acabado de chegar de Minas Gerais, que estávamos ali a alguns dias, daí o dono do barraco disse:
- Então vocês me dão este que vocês tem, depois o restante vocês vão pagando aos poucos.
No outro dia partimos para lá era um barraco com pau podre, mas fiquei muito satisfeita, pois para quem não tinha onde morar. Durante dias para mim foi muita felicidade, mas não sabendo do desespero, porque a final de contas o Nelson não estava empregado, estávamos vivendo de doações da Conferencia São Vicente de Paula. Mas um destes dias o Nelson saiu para procurar emprego, enquanto ele estava fora, chegaram uns rapazes na nossa porta e disseram:
- Vocês não pagaram nada ainda e queremos que você saiam.
O dono estava junto e nos tínhamos que desocupar o barraco, eu sentei na varanda e disse para ele chorando:
- Mas para onde irei com as crianças?
Ele me respondeu;
- Darei um prazo até amanhã a tarde.
Assim que eles foram embora apareceu uma moça e me disse:
- Não seja boba, eles não tem o direito de tirar você daí, isto ai é da prefeitura, vai à assistência social e faça uma queixa, diga que você não tem lugar para morar.
Então quando o Nelson chegou eu contei o que havia acontecido, no dia seguinte fomos para a assistência social, chegando lá, pediram para nós irmos para delegacia e nós fomos, e ao chegarmos lá entramos e ficamos la como a serração estava muito baixa e estava muito frio, o delegado nos chamou para darmos depoimento, como o Nelson não falava nada, eu contei tudo o que estava acontecendo, então o delegado fez uma intimação para o dono do barraco, para que dez horas da manhã estivesse na delegacia, no outro dia partimos para a delegacia, o tempo estava frio, então ali ficamos até as duas horas da tarde e o dono do barraco não havia aparecido, o delegado disse para mim:
- Pode voltar para casa pois você pode pegar uma pneumonia, se o dono do barraco chegar aqui já estará tudo resolvido e se não estiver, ele não ira mais te pertubar.
No dia seguinte apareceu uma pessoa e disse:
- Por que você não sai daqui e pede ajuda para seus filhos, mas como se eu não sei andar por aqui?
E ela me disse:
- E eu sai junto com o Ronaldo, ele tinha quatro anos, eu ia de porta em porta pedindo alguma coisa, alguns me davam enquanto que outros me humilhavam, era difícil para mim, mas continuei todos os dias, com o Ronaldo era muito esperto, ele dizia:
- Não é aqui que nós passamos mãe, é por ali.
Ele sempre achava o caminho de volta para casa, e os guardas nos orientavam e assim eram todos os dias. Tinha dia que eu chegava em casa com a bolsa cheia, até mesmo não agüentava carregar, assim fui continuamente, chegou um tempo que os guardas me diziam:
- Por que você não vai à feira nos dais de quinta-feira levando roupas usadas para vender?
Passei então a ir nos dias de quinta-feira nas feiras para vender roupas e sapatos usados, teve um dia que eu cheguei em casa com sessenta cruzados nas mãos, naquela época era muito dinheiro, então eu pedi a uma pessoa que fosse a casa do dono do barraco e o chamasse para mim, quando ele chegou eu falei para ele:
- Entre para dentro.
Ele me respondeu:
- Para que me chamou?
Respondi:
- Quero conversar com você, Luizinho irei te dar sessenta cruzados no dia de hoje.
Ele chamou me marido e disse:
- Eu não fiz negócio com a senhora, eu tinha que resolver com ele.
Eu respondi:
- A partir de hoje resolva comigo, todos os dias da semana eu saia para pedir até que um dia A sogra dele que era uma pessoa muito boa e compreensiva, estávamos conversando e ela me disse:
- Engraçados seus meninos tem a mesma idade do que os da Ivone.
Perguntei:
- Quantos meninos ela tem?
Ela me respondeu:
- Quatro, e o Luizinho esta desempregado, e a Ivone esta passando muito aperto, e não tem dinheiro para comprar leite para os meninos.
Então eu disse:
- Dona Terezinha eu tenho um pouco de dinheiro e um pouco de alimento sobrando.
Então ela me disse:
- Quem sabe vocês duas não combina e paga ela com leite a alimento,
No dia seguinte a Ivone apareceu na minha casa e nós duas conversamos, eu expliquei a ela os meus problemas e ela disse que reconhecia minhas dificuldades, ela me pediu para que eu passasse para ela vinte cruzados, o leite em pó, arroz e feijão, assim paguei ela com os alimentos, todas as semanas eu pedia e ganhava algum dinheiro, roupas e remédios, nas quintas-feiras eu ia até á feira e revendia algumas das coisas que eu ganhava. Um dia uma pessoa me perguntou quem ficava com as crianças e eu respondi que não tinha ninguém, daí ela me disse para eu colocar as crianças em uma creche, eu fui até á creche e me disseram que não tinha como, fiquei muito chateada e encontrei outra pessoa que me disse:
- Volte amanhã cedo que o dono estará aqui, o nome dele é Sr. Franco, ele com certeza não deixar as crianças sem um lugar para elas aqui na escola dele.
No dia seguinte eu fui ate lá com as crianças. Quando cheguei no portão da creche ele já estava chegando, mas como não o conhecia perguntei a outras pessoas e fui atrás dele, ele cumprimentou eu e as crianças e disse :
- É essas as princesinhas ?
E eu disse :
- Eu preciso de uma vaga para as crianças, pois eu sou doente e tenho que sair para arrumar o alimento para eles, meu marido esta desempregado.
Ele disse :
- Me acompanhe, estas crianças não podem ficar sem lugar.
Então me levou para secretaria, lá conversou com a diretora, e disse :
- Arruma uma vaga para essas crianças.
Em seguida a diretora começou a conversa comigo, e me perguntou:
- Quantos filhos a senhora tem ?
Eu respondi :
- Tenho quatro filhos.
Então ela arrumou a vaga para meus quatro filhos, fez a ficha dele. Eu a disse que um deles não viria por alguns dias, depois disto tive que trocar os dias, já não saia mais nos dias de semana mais sim nos finais de semana e todos as crianças iam para creche, como não podia sair sozinha e não podia levar um dos meninos resolvi sair apenas aos sábados e levava comigo o Ronaldo enquanto o Robinho ficava em casa tomando conta das meninas. Assim fazia a mesma rotina toda semana, chamava a Ivone dava a ela leite em pó, e um pouco de dinheiro e nós continuamos assim por muito tempo. Ate que um dia ela disse :
- Não precisa pagar mais nada, esta tudo certo entre a gente, o Luizinho que é o ignorante, mas nossa amizade continua eu compreendo você. E graças a Deus e ela e a mãe dela fizemos uma amizade muito bonita.
O Nelson bebia muito me batia mais eu continuei do mesmo ao lado dele do mesmo jeito. Chegou um dia que eu disse a ele que ele precisava trabalhar, e ele disse :
- Eu não chamei você para vim atrás de mim, ficasse lá em Minas com as crianças.
Quando completou sete anos, saiu da creche e foi pra escola, e eu continuei do mesmo jeito sempre saindo de porta em porta com o Ronaldo para pedir. Quando eu cheguei na porta da igreja evangélica “ Sinos de Belém “ as obreiras me perguntaram se eu aceitava uma oração, e eu disse que sim. Então entrou eu o e Ronaldo e elas fizeram a oração, e disseram :
- Volta na quarta-feira e trás seu documento para eu orar.
Então no dia marcado eu voltei, assisti a oração toda, depois da oração elas me deram algumas coisas.
Quando eu cheguei em casa o Nelson perguntou aonde eu estava e eu disse :
- Estava na igreja.
E a desconfiança dele foi tanta que perguntou ao Ronaldo, e o Ronaldo respondeu:
- Não pai nós estávamos lá mesmo.
Ele disse que na próxima vez ele iria com a gente.
No dia seguinte eu falei:
- Nós iremos na igreja hoje de novo.
Ele disse:
- Eu também vou com vocês.
Chegando lá ele viu tudo o que estava acontecendo, pediram o documento dele par orar,e lhe disseram:
Jesus esta abrindo a porta de emprego para você o emprego irá na sua casa.
No dia seguinte apareceu um senhor lá em casa chamando ele para trabalhar, no mesmo dia á tarde apareceu uma senhora e disse:
- Mariema você gostaria de trabalhar?
E eu disse:
- Sim Dona Luiza, eu ficaria muito satisfeita em trabalhar,
Então ela disse:
La na Polimatic, esta precisando de faxineira, vá até lá amanhã e converse com a Dona Lurdes.
E eu a disse:
- Dona Luiza eu tenho problema de saúde, como a senhora vê, não tenho movimentos no meu braço esquerdo.
Ela me respondeu:
- Não fale nada se ela não perguntar.
No dia seguinte eu fui, ao chegar lá, dona Lurdes me chamou e conversou comigo, eu disse para ela:
- Tenho quatro filhos e preciso muito deste emprego.
Ela me disse:
- Vou fazer sua ficha e você começara a trabalhar hoje mesmo.
Parecia até um milagre de Deus, então comecei a trabalhar, ao chegar em casa naquele dia, o Nelson me perguntou onde eu estava, e eu respondi:
- Estou trabalhando na Polimatic.
E ele me disse:
- Mas você não sabe fazer nada.
Foi preciso pagar uma pessoa para levar as crianças para a creche para eu trabalhar, ele também conseguiu serviço e foi trabalhar, ele trabalhava durante o dia, e eu à noite durante um ano, meu horário era na parte da tarde e inicio da noite, trabalhei naquela empresa por seis meses e um determinado dia ela me disse:
- Amanhã o médico vem aqui para realizar exames no funcionários.
Dona Lurdes me disse:
- Conta toda a verdade dos seus problemas, daí eu contei a verdade sobre meus problemas de saúde para o médico, durante seis meses eu continuei trabalhando, até que um dia eu desmaiei nos pés de um dos encarregados e lá eu fiquei, era noite e nada de me internarem, então eu levantei e dei um soco na porta para eles verem que eu estava presa lá dentro. Então eles me perguntaram o que eu estava fazendo lá, não é culpa nossa nós trabalhamos durante o dia, o Nelson foi me procurar e não me encontrou, então eles abriram a porta e me perguntaram:
- Você quer se internar?
Eu disse:
- Sim o lugar de doente é em casa, mas quem vai tratar dos meus filhos?
Em seguida assinei a ficha e eles me internaram, mais tarde o Nelson foi lá, ali fiquei por muitos dias internada, os médicos me disseram:
- Ao sair daqui vá direto para o INSS, daí eu fui para o INSS fiquei lá dentro durante seis meses. Voltava a trabalhar e Dona Lurdes sempre me dizia pra mim voltar pro INSS. Chegava no INSS passava pelo medico, e o medico me mandava eu voltar a trabalhar, minha luta foi por muito tempo.
Até que chegou um dia em que trabalhando, passei mau uma dor na coluna, e o Nelson como sempre me levou ao planto socorro e me enganou, conversou com o medico sem que eu soubesse, fez a minha ficha saíram para fora me colocaram em uma ambulância quando eu vi eu estava dentro de um hospital de psiquiatria “ Casa de repouso “ ali eu passei durante seis meses internada, ele ia lá o dia que ele queria, as vezes passava os dias de visita e ele não aparecia eu me sentia abandonada. Então chegou o dia do aniversario do Robinho, ele faria quatorze anos, esse dia era o dia de fazer visita ele não apareceu, fiquei muito triste
A minha vida começou no dia em que eu perdi a minha mãe, eu tinha apenas 3 anos de idade.
Aos 8 anos perdi o meu pai. E assim começou.
Fui judiada pelas minhas tias, meus irmãos que me mandaram para o orfanato. Mas eu não consegui ficar lá, voltei para trás aí ela pois o filho dela e o meu irmão no cavalo e me mandou para o asilo, como podia ficar com 8 anos no asilo? No meio de tantos idosos. Foi aí que apareceu um casal de gente muito boa que são: José Miguel de Abrel e Dona Elza que mi tiraram de lá, eles foram muito bons para mim e como foram bons. No dia em que eu sair daquele asilo parecia que eu estava indo para o céu e lá na casa deles fui muito feliz, eles eram carinhosos comigo e não deixavam faltar nada. Até que chegou um dia que o destino fez com que eu saísse de lá, como foi cruéu para mim, voltei para a casa fiquei andando e andando de casa em casa sofrendo ia pra casa de um, não mi queriam, era humilhada, abandonada e sofredora na casa de meu irmão só apanhava não tinha nem cama para mim dormi. Até que um dia eu até a casa da minha avó. Quando eu cheguei lá, meu tio não mi queria lá, brigava muito com a mulher dele. Minha avó como estava muito doente, pegou e disse para a outra neta dela " leva a Mariema e entrega na casa do Zé Bernadinho. Ela mi levou quando cheguei lá, ela bateu na porta ele veio atender e disse:
- Oque ela está fazendo aqui? Eu não quero esse demônio aqui na minha casa. Como podia um irmaõ ser tão cruel, chamar sua própria irmã de demônio aí foi que ele abriu a porta, como se eu fosse uma criminosa, prisioneira ali eu passava fome, passava sede, não tinha aonde dormi as horas que eu passava mal com crise a minha cunhada me batia muito e como me batia às vezes eu estava fora de mim, não via oque passava, quando eu voltava a mim, estava toda machucada, eu não podia falar nada se eu falasse eu apanhava mais. Quando eu tinha fome eu ia para casa de algumas pessoas muito boas ali é que eu achava oque comer. Quando voltava para a casa ficava no terreiro, até que ele chegasse do serviço e no dia em que estava chovendo que eu não podia sair de casa eu chorava de fome às vezes as pessoas me perguntavam porque eu estava chorando para não falar a verdade eu mentia, falava que estava com a cabeça doendo, mas tudo era mentira para evitar que eu apanhace de novo e assim foram muitos ano. Quando eu tinha fome muitas vezes fui à tocha de inhame para comer, minha cunhada como muito má me batia de novo. Tirava o tacho de inhame do lugar para que eu não comesse. Até que um dia eu mi lembrei da frase que minha avó disse, que ia mi entregar de Nossa Senhora e São José que em toda parte que eu andasse nada ia acontecer comigo.
Um dia resolvir sair da casa deles, e disse "Eu vou mi embora. Vou cumprir o meu destino. Tenho fé em Deus que Nossa Senhora, São José e Nossa Senhora do Amparo nunca vai mi desamparar". Foi aí que eu sair com uma muda de roupa na sacola e sai andando sem saber pra onde ia. Andei, andei até sair em Santa Bárbara do Leste, parei na bera do asfalto até que veio um ônibus, pedi ao motorista que me desse carona, ele me perguntou pra onde eu iria, disse á ele que iria para Caratinga aí ele pediu que eu entrasse.
Chegando a Caratinga ele me disse que havia chegado.Então eu desci do ônibus sem destino,sem saber para onde ir! Fiquei dormindo na praça, passando mal, caindo na rua sem ninguem para mi socorrer. Até que um dia apareceu uma mulher e me disse:
- Oque você está fazendo aqui?
- Eu estou aqui porque não tenho lugar para ir! Eu responde.
então ela mi respondeu:
- Então vou ti levar para a casa da dona Terezinha.ela cuida das pessoas que não tem parentes.
Ali eu fiquei 5 dias, até que um dia ela saiu e ficou sabendo na rua que eu tinha irmãos, parentes, que todos podiam cuidar de mim e disse:
- Você não pode ficar mais aqui! Pegou minhas coisas e jogou tudo pra fora, eu voltei pra rua de novo.
Passei várias noites dormindo na rua, passando frio, passando mal na rua mas como tinha muita gente boa, nas horas que eu passei mal me tirava daquele lugar perigoso, quando eu melhora tinha alguem por perto de mim e me perguntava " Você está com fome? Você tem custumes de dar essas crises?" eu respondia sim aí eu passei muito tempo. Até que um dia apareceu uma linda menina da minha idade, e me perguntou:
- Como você si chama?
- Meu nome é Mariema das Graças - Respondi.
- Você quer ir para a minha casa ? - Ela disse
- Talvez seu pai não aceite!
- Vou pedir há eles! E saiu correndo foi na casa dela, só que aí o pai dela era mudo, eu não entendia oque ele dizia. Aí ela disse que ele dizia que podia viver por muito tempo lá.
Era bem tratada eles eram muito carinhosos comigo. Até que um dia o destino mi mandou de volta pra rua, porque eu mesmo pensei "eles não são meus parentes, não é nada meu são apenas pessoas bondosas e caridosas" eles não queriam que eu saísse, mas eu sair. Fui até a casa de uma senhora e perguntei á ela si ela precisava de pessoa para trabalhar e ela mi respondeu:
- Sim, eu preciso de uma pessoa para lavar roupa, passar e arruma a casa. Ela quis saber da minha história toda, eu contei tudo pra ela e ela mi disse " Então eu vou arrumar um quarto pra você e algumas panelas pra você fazer o seu comer entroca dessas coisas. Eu fiquei ali por muito tempo, eu lavava, passava, lavava louça só pra ganhar a cama pra dormi e a comida pra comer. Entrocca disso eu passei muito tempo mais foi bom pra mim, pois não estava na chuva e nem na rua.
Até que um dia apareceu um senhor de idade e me convidou para ir em um centro espírita eu como não tinha ninguém pra mi explicar oque era isso aceitei, chegando lá foi uma surpresa para mim. Na hora da oração um par de Santos falou pra mim " Tem uma pessoa entereçada em você" mais eu não acreditei e falei:
- Não é possível. Eu! Uma pessoa jogada, desprezada. Ela respondeu:
- Mas tudo pode acontecer na sua vida.
Na hora em que fui embora, vim andando junto com aquele senhor ele me disse:
- Você mora sozinha?
- Sim - Respondi.
- Eu sou viúvo quer morar comigo?
- Não porque eu sou doente e não quero dar trabalho há ninguém ! Disse á ele .
- Eu vou cuidar de você, vou tratar de você como se fosse uma rainha.
- Nada disso. Respondi.
Foi até que um dia que eu decidi, ele apareceu na minha casa onde morava e me perguntou:
- Você já pensou ??
- Sim. Responde á ele.
- Eu vou alugar uma casa, e vou ti tirar daqui. Ele disse
Daí fui marar com ele, fui pra casa dele. Como foi bom nos 6 primeiros anos que eu vivi com ele, ele nunca me humilhou, nunca judiou de mim, nunca falou nada que me magoasse, apenas brincava comigo, zuava comigo, nunca deixou faltar nada pra mim, quando eu passava mal ele me dava bastante atenção, não deixava nem que saisse da cama.
Até que um dia o destino nos separou, ele adoeceu, foi levado para o hospital e ficou enternado. Depois de alguns meses, recebi uma ligação. Pensei " Será que é ele ? ". Quando fui atender era ele, que dizia :
- Quero ver você !
Nisso apareceu uma pessoa na minha casa. E me disse:
- Eu vou ti levar onde ele esta !
Ele estava no hospital Santa Monica em Belo Horizonte.
Eu fui quando cheguei até a porta do hospital, o guarda me disse para que eu esperasse que o dia amanhecesse. Quando o dia amanheceu o guarda levou-me até o quarto onde ele estava. Quando cheguei no quarto ele me abraçou muito feliz e disse:
- Você vai ficar aqui comigo o dia inteiro ?
- Sim. Respondi.
E assim fiquei quando chegou a tarde ele me disse que no dia 3 de janeiro ele ia chegar em casa. Como eu fiquei feliz ! E me levaram de volta para a casa.
No dia 3 de janeiro ( no dia que ele dizia que iria chegar ) Recebi outra ligação, eu fui atender, e eles disseram pra mim que ele tinha morrido e que era pra mim comprarecer rapidamente com a roupa dele para fazer a sepultura. Foi muito triste para mim, saber que ele tinha morrido, parecia que o mundo tinha acabado para mim.
Fui à casa de uma das filhas dele avisar, e ela achou ruim e disse que eu era a culpada de tudo. Nisso ela passou mal, eu fiquei sem saber oque fazer, estava sozinha sem niguem pra me ajudar . Mais a tarde o esposo dela apareceu lá na minha casa e me disse que a filha dele iria comigo. Ela foi mais não queria que falasse que ela era filha dele, porque ela não queria assumir os gastos da sepultura, entaõ o médico me disse:
- Se você não poder pagar, nóis vamos levar ele para a medicina e descobrir o problema.
Aí então eu fiquei sem saber oque fazer, aí eu pensei " ele tem uma filha que mora no Rio de Janeiro. " Aí eu dei o endereço dela e o nome. Em seguida o médico passou um telegrama pra ela, em poucos momentos o genro dele chegou que era o marido dessa filha q morava no Rio de Janeiro e disse:
- Pode marca tudo se eu não conseguir pagar tudo, eu deixo meu carro para garanti. Então arrumou tudo e sepultou ele. Em seguida eu voltei para a casa, quando eu cheguei foi muito dificil para mim, porque ele tinha um filho, que me obrigou há ficar com ele, e eu não queria, então ele me ameaçou dizendo " Se você não ficar colmigo eu ti mato. " Foi aí que eu fiquei presionada e disse á ele :
- Você não vai fazer isso comigo, pois Deus é maior!
Então fui até a casa da irmã dele e falei pra ela oque iria fazer porque o irmão dela tinha me ameaçado entaõ ela me respondeu que ele não poderia fazer isso com você, vai na delegacia e da queixa. Então fui na delegacia, porém a Geralda não queria que eu dissese que foi ela que mandou e que deu a opinião. Chegando lá na delegacia contei ao delegado ooque estava acontecendo e ele me perguntou o nome do sujeito eu disse que era o Jorge Araújo de Martins, "Ás vezes seja essa pessoa que estou preocurando". Nisso me pôs no carro e me levou até minha casa. Quando chegamos lá ele estava no vizinho que morava nos fundos da minha casa. Então o delegado pegou os papéis e a foto dele e foi até a casa onde ele estava, lá encontrou ele junto com outra mulher e delegado apresentou ele ao papel e a fotografia e disse:
- É você mesmo que eu estou preocurando a muito tempo, e não ti encontrava mais finalmente chegou a hora.
- Por que? Eu não fiz nada ! o Jorge perguntou ao delegado.
- Fez sim ! Disse o delegado. você matou uma pessoa no Rio de Janeiro, em uma padaria para roubar.
- Não. O Jorge disse.
O delegado disse pra ele entrar no carro porque tinha acabado pra ele, e disse também que o Jorge não ia fazer nada comigo e com ninguém
- Todo tempo que eu ficar aqui, eu acabo com você! Jorge me ameançando.
Então começou tudo de novo, voltei áh morar nos lugares que morava antes, sozinha, sofrendo, sem ter ninguém pra conversa, durante anos foi pra mim sofrer sozinha, sem saber oque vinha pela frente.
Até que um dia apareceu outra pessoa na minha vida, foi na minha casa, com a prima dele, que disse pra mim que ele é primo dela, nome dele é Nelson, mas ele tem o apelido de quebra-queixo, ele precisa de uma pessoa para cuidar dele se eu podia cuidar dele! E que se eu queria morar com ele !
- Não porque não quero ninguém na minha vida, já sofri muito com a perda de um, que era muito bom pra mim. Aí ela me disse que ele também pode ser a mesma coisa. Mas eu não acreditava. Aconteceu que passou dias e dias e ele volto, e disse :
- Vamos combinar ? Eu vou fazer tudo pra você.
Não sabendo eu, que iria sofrer denovo, pois no começo foi um mar de rosas, mais logo engravidei no meu 1° filho, que hoje tem 32 anos ( ROBISON ). Depois que ele começou tudo de novo, nos mudamos pra Rua Santa Cruz ( Caratinga ). Ele bebia muito, ás vezes tinha que carregar lata d' água na cabeça e ainda tinha que buscar o bebado na rua, quando chegava em casa, ele me agredia, me batia e me dizia " Eu vou embora, vou ti larga. " e eu com um filho pequeno, sem saber oque fazer ele apenas vendia ( QUADRO DE SANTOS E LAMPARINAS ) era só oque fazia. Onde ele ia eu ia atrás com filho no braço.
Até que um dia ele discultiu com um homem no alto da minha casa, eles tiveram uma briga feia, este homem queria bater nele, ai nois saímos de lá de novo eu mais ele vivia igual cigano, não parava em lugar nenhum, ai nós fomos trabalhar na roça, moramos de favor nas casas dos outros. meu filho ainda estava pequeno, ai eu morava numa lona no pé de café sentada no pé de café ! Foram dias mais dias, ai então o destino fez, com que eu engravidace de novo, nós saímos dali fomos para Manhuaçu, sem ter casa pra morar e preocurando casa pra pagar aluguel, mas eu não tinha dinheiro nem pra comer como eu podia viver de aluguel ? Foi como o velho ditado.
Comecei a sofrer e ele dizia “ ESTE FILHO NÃO É MEU.” Como foi difícil pra mim escultar estas coisas, só que não tinha mais ninguém na vida, eu nunca trair ele, nunca sair com ninguém na vida, eu nunca trair ou dirrespeitei ele apenas ele que saia pra casa das amantes , enquanto eu ficava em casa passando mal, faltava as coisas e ele ia pra gandaia. Quando era a hora de me levar pro hospital, Ele não ia, outras pessoas que me levavam, ai quando eu voltava pra casa começava tudo de novo. Quando as crianças iam crescendo eu ia capinar quintal pra comprar leite e pão pras crianças, enquanto ele ficava em casa só bebendo. Quando eu chegava ele me dizia “ Você não estava trabalhando! Você está atrás de outro homem.” Como podia acontecer isso se ele era o homem que eu vivia ? Até que um dia eu engravidei da minha 3° filha ( Patrícia, 26 anos ) começou tudo de novo me agredindo com palavras dizendo que não era filha dele que eu estava parecendo rato. Mas a culpa não era minha quando a Patrícia nasceu ele sempre estava me batendo as vezes os 2 mais velhos gritavam, choravam e pedia por socorro eles gritavam para a Dona Anja vim me acodi, que o pai deles estava querendo me matar e que também mudavam de idéia e diziam “ Dona Anja não vem não ele esta nu “ .Ele ia correndo até a cerca pegava os 2 meninos e levava para a casa de Dona Anja e eu ficava ali nos braços dele levando pescoçada, pontapé. Até que um dia ele saiu quando voltou, voltou bêbado ai ele disse : EU QUERO ALMOÇO.
Eu fui e botei comida pra ele. Ele virou e jogou o prato no chão então eu disse pra ele :
- Nunca mais me peça pra colocar comida. Ai ele pegou o machado e quebrou a parede. Depois de 2 dias foi preciso levar o Ronaldo para o medico. Ficou dias e dias internado ate que um dia o médico me disse :
- Leva essa criança pra morrer em casa ! eu saí dali desesperada e pensei “ Como é que eu eu vou fazer ? “ as vezes eu chorava de medo, tinha tanto medo de ele morrer nos meus braços,
Ele estava enganado dos médicos o pai dele saia e não ligava com nada nem como próprio filho. Ate que um dia chegou uma mulher na minha casa e me disse :
- Vamos levar este menino pra benzer. Então eu sair junto com ela fomos em uma casa a mulher benzeu o meu filho e me disse :
- Você tem que ir em 7 casas, mais a outra não pode saber que a outra benzeu. Assim eu fui com ela. 7 dias em 7 casas, no dia que completou as 7 casas ela me disse:
- Hoje você pode dar a ele o alimento porque vai ir pro estomago dele. Eu estava com muito medo ela mesmo preparou um sopinha, e deu ele, ele não vomitou mais afinal de contas eu com muita fé pedi a Nossa Senhora Aparecida. Desse dia adiante ele passou a se alimentar bem e nada mais aconteceu com ele, graças a Deus por isso eu tenho muita fé e agradeço muito a Deus.
Chegou outro dia o pai dele como sempre muito violento saiu de casa e disse :
- eu vou sumir você se vira sozinha com eles. Mais nada disso aconteceu a tarde ele voltou e como sempre ali ele me disse :
- eu comprei um terreno ! todo dia ele saia ia pra lá o terreno ficava lá no Alto do Papagaio hoje tem o nome de Bairro Santa Luiza, ele cortou umas estacas e fincou lá , e amarrou 2 lonas e disse :
- A casa já esta pronta ! Porem eu não sabendo, fui pra lá, quando cheguei eu vi que não tinha nada pronto era tudo barro. Eu chorei muito mais fiquei ali, até que um dia apareceu ali um vereador olhou onde eu morava e falou que ia mandar os materiais para a construção da casa, como ele não resolvia nada eu mesma fui meter a Mao na obra, carreguei pedra, areia, tijolos. No dia seguinte eles levaram o cimento, eu mesma fazendo massa, mexendo concreto, as vezes ele vinha e me ajudava a levantar um tijolo, foi ai que consegui fazer 2 cômodos pra morar com os meus filhos, e em seguida veio brigas entre nós 2 ele sempre dizia :
- Esses filhos não é meu. Um dia ele me pegou de novo pra bater, foi ai então que apareceu um homem e pegou ele e arrastou para fora, eu nem sabia quem era este homem, deu muito chute e pontapé nele e em seguida chamou a policia que chegou e disse:
- Por que você esta fazendo isto ?
- Ela no presta, ela é uma vagabunda. Ele respondeu
A policia segurou ele e saiu com ele, ee eu pedi pra não bater muito menos judiar dele. Então a policia disse :
- Mais você com um monstro desse dentro de casa ainda quer defender ? eu respondi :
- Ele é o pai dos meus filhos e é por isso que eu não quero que judie dele. Os policias levaram ele e ele ficou da noite pro dia na delegacia no outro dia soltaram ele, ele veio ate perto da minha casa e pediu a um senhor ir ate minha casa e pegar um par de roupa, e foi embora pra Caratinga, como sempre pra casa de amantes ! Eu fiquei sem nada em casa pra comer, sempre me preocupando com meus filhos. Ate que um dia eu sair de casa, mesmo comendo as migalhas das casas dos outros, mais Graças a Deus meus filhos nunca passaram fome, mais sempre chorando por causa do pai. Um dia de manhã um deles amanheceu passando mau, eu fui levar ao medico pediatra que era o dr. Luiz, lá eu contei o que estava acontecendo, este medico como era bom, escreveu uma carta me deu e disse pra mim vai ate o super mercado “ Abertão “ e peça para eles ti entregar tudo isso que esta escrito ! Então eu fui até o super mercado chegando lá me perguntaram quem que tinha escrito aquilo, eu respondi que era o dr Luiz na mesma hora eles foram pegando tudo que estava escrito e botando na caixa. Dali eu peguei o outro bilhete e me mandaram ir direto ao açougue, eu fui ! Quando cheguei lá e o dono do açougue me disse :
- Você vai levar pra casa hoje 1 kg de carne moída e 1 cartela de ovos e toda semana você vem aqui para pegar mais. Eu fui para a casa logo após eles chegaram na minha casa com as compras, nossa eu nunca tinha visto tanta coisa assim na minha vida. Então aquilo pra mim e paras as crianças foi o maior prazer. No dia seguinte eu estava ali com as crianças, e uma vizinha muito boa estava conversando comigo, quando em seguida um carro parou na minha porta, eu fui atender, quando abri a porta um homem me disse: ‘’Vim trazer umas coisas para você e as crianças o Padre da igreja me mandou que eu trouxesse para você’’ Quando ele entrou e viu as crianças, eu estava sozinha rebocando a minha casa, daí ele me disse: ‘’ Uai você esta trabalhando de pedreiro? E eu respondi que sim, e ele me perguntou: ‘’ Como você esta fazendo com estas crianças sozinha’’? e então respondi: Estou lutando com muita dificuldade para que as crianças não passem falta de nada, então ele tirou as coisas do carro e levou pra dentro da casa, foram tantas coisas, agasalhos, cobertores, colcha de cama, alimentos entre outras coisas básicas de nossa necessidade.
Eu não imaginava que alguém um dia fosse levar alguma coisa na minha casa, durante muitos dias fiquei sozinha com as crianças, mas quis o destino mais uma vez armar pra a minha vida, sai de casa com as três crianças e fui para Caratinga para votar, pois era época de eleições, fui a casa de uma amiga e lá deixei os dois mias novos, e fui com o mais velho (Roberson) em direção ao cartório mas antes de chegar ao cartório ao cruzarmos um cruzamento ao atravessar a rua meu filho soltou de minha mão desesperado para correr ao encontro do pai, eu não acreditava no que estava vendo, era mesmo uma coisa do destino, vi o menino agarrar o pescoço do pai e pedir a ele que voltasse para casa, mas que não batesse mais na mãe dele, ele pedia ao pai que voltasse para casa para comprar pão para ele, na verdade o que ele queria era que o pai voltasse para casa pois sentia falta do carinho do pai, embora fosse tão ruim quando bebia, o pai colocou ele no colo e olhou para ele e falou: ‘’Sim meu filho eu volto para casa, mas só se sua mãe deixar’’’ Ao mesmo tempo o menino lhe dizia, ‘’ Voltar para casa sim pai, mas bater na minha mãe não’’ Seu olhar se voltou para mim e ele me perguntou:’’ Posso voltar para casa Mariema? Eu respondi: ‘’Sim, você é o pai dele e quem saiu foi você não fui eu quem te expulsei de casa, daí ele voltou para casa junto comigo e as crianças, passados uns 3 meses ele estava um doce, não brigava, não batia, não bebia, eu engravidei de novo, e mais uma vez era uma menina, a caçula (Rosimar) porém depois dista gravidez ele voltou a dizer o mesmo de antes, esta criança não é minha filha, ela é filha do Sr. Antonio, e eu muito triste lhe dizia’’ Como ela pode ser filha do Sr Antonio se foi com você que eu me deitei, e ele me acusava e me dizia não ser verdade, e eu sempre falava que no dia em que aquela criança nascesse eu a levaria para fazer o exame de DNA, se fosse dele ele iria cuidar, mas se não fosse eu cuidaria sozinha.
Muitas das vezes eu pensava em tirar minha própria vida, tudo por causa das acusações dele, mas como Deus é muito bom, eu refletia bem e voltava atrás e tipo como que eu iria fazer isto se eu tinha 3 filhos para cuidar eles não tinham culpa e não pediram pra nascer. Então continuou por mais 6 meses assim.
Até que um dia eu cheguei em uma feira e encontrei uma senhora e me perguntou:
- Quando você vai ganhar esta criança ?
- Daqui a 3 meses, respondi.
Ela me disse:
- Vai a minha casa esta semana que eu vou dá um enxoval para você e a criança.
- Onde você mora ? Perguntei.
Ai ela me deu o endereço, marcou o dia certo para eu ir na casa dela. Eu fui no dia que ela marcou procurei a casa dela, quando eu cheguei lá ela me deu varias coisas até mesmo roupa para mim, depois eu fui ao medico fazer o pré natal e ele me disse:
- Você precisa parar de ter filhos, você quer fazer uma laqueadura ?
- Vou pensar. Respondi
- Mais, você não pode ficar arrumando mais filho ano, você tem problema de saúde, alem do mais toma esses remédios fortes, se você não fazer isso vai continuar arrumando filho ate seus 50 anos.
Daí eu voltei para a casa pensando no que ele havia me dito, eu contei ao meu marido e ele não aceitou, então conversei com as minhas amigas e elas me disseram:
-Deixa de ser boba você não é casada com ele, ele é muito ruim pra você, pense no que o medico falou eu também já fiz isso, não precisa dele assinar nada.
Mais como eu tinha medo fui esperando. Quando chegou ao 7° mês da gravidez eu fui ao medico, o medico pergunto se eu tinha pensado no que ele tinha sugerido para mim, eu disse que eu não podia fazer nada mais meu irmão sim e que eu ia conversa com ele o medico me falou que quando faltasse 15 dias para ganhar a criança pra mim voltar lá e me entregou uma carta para quando eu chegar lá dá a carta há enfermeira EVA que ela vai entregar pro medico eu fui pra casa com a carta nas mãos e quando cheguei em casa foi uma briga só e ele me disse :
- Não conte mais comigo, porque você para mim não vale nada !
Então eu continuei sofrendo, sendo humilhada, por ele. Quando eu ia para o hospital, ele não quis ir comigo ele me deixou e nem voltou pra saber noticias. Quando a criança nasceu eu fiquei no hospital durante 8 dias. Ele não foi nem pra levar roupa pra criança. Os outros perguntavam aonde estava o pai da criança e eu respondia que estava em casa. No 8° dia eu recebi alta pra sair do hospital, mais eu não conseguia sair dali sem roupa para mim e para o bebe, sendo que tinha tudo em casa e ele não foi levar nada então a enfermeira Eva me disse que eu estava de alta e eu respondi pra ela que como que eu vou sair se ele não veio trazer roupa pra mim e pro meu bebe ? Então ela entrou lá no hospital e pegou a roupa para a criança, trocou ela e tudo bonitinho ! E disse que iria m levar em casa. Chegando perto da minha casa, começou a chover e o carro não subia o morro, então ela pediu a minha vizinha que me levasse até em casa lá nós fomos e eu como bebê no colo. Chegando em casa encontrei as crianças no berço e uma limpando a casa, ela estava jogando água no chão pensando que estava limpando a casa e o pai deles na cama bêbado. Então eu passei pela aquela aguaceira e deitei na cama somente as pessoas de fora que ia lá, dava banho na criança, trocava as roupas dela para mim, o pai dela não conversava comigo, por muito tempo ficamos assim, até que um dia ele saiu para a rua e disse que ia trabalhar, ao voltar estava bêbado, com alguma migalha de dinheiro no bolso, foi uma vizinha na minha casa e disse:
-‘’O Nelson esta caído lá em baixo.’’
Eu sai com esta pessoa e quando cheguei lá, fui logo no bolso dele e tirei o dinheiro que ele tinha, com muito trabalho levamos ele para casa, ele deitou e ficou até o dia amanhecer,, quando amanheceu sai e fui à xcasa de uma comadre ee disse:
- Comadre Nilza o Nelson bebeu muito e eu pegueei o dinheeiro que tienhq no boolso dele.
Ela me respondeu:
- Comadre Mariema, isto não é pecado, é para tratar doss filhos dele.
Quando ele melhopoprou da ressaca me disse:
- Eu fui roubado
Eu sabendo o que havia acontecido fiz de conta que de nada eu sabia, assim fui fazendo por muito tempo, até que esta criança completou um ano, daí ele me disse:
- Eu preciso ir ao médico
E foi. Ao retornar ele me disse que o médico havia lhe mandado ir para São Paulo, pois lá seria mais fácil dele se aposentar, e eu preocupada lhe perguntei:
-Como, eu ficarei com as crianças aqui sozinha?
E ele me respondeu que sim, e que eu não iria com ele, eu sem pensar duas vezes lhe disse:
-Vou com você sim, quem prende o pato da a água, você é o pai das crianças.
Ele me disse:
-Você se vira para a arrumar o dinheiro, pois eu não tenho dinheiro para pagar sua passagem, eu não quero você por lá.
Eu chorei, minhas lágrimas correram para o chão, ele pensou que eu não arrumaria o dinheiro, mas Deus é bom, eu fui à casa da comadre Nilza e ela disse que era louca de ir para São Paulo, me disse que ele iria acabar me matando por lá, mas eu não podia ficar sozinha com os meninos, eu não tinha dinheiro para dar o alimento deles, voltei para casa e fui procurar o rapaz que trabalhva para a conferencia de São Vicente de Paula e conversei com ele chorandoe lhe disse:
- Eu não tenho como ir, não tenho dinheiro para gastar com as crianças.
E ele me respondeu:
- Amanhã ao meio dia eu irei na sua casa e lhe darei a passagem e as coisas para as crianças comerem.
Daí fiquei mais tranqüila, pois sabia que Deus não me deixaria ali abandonada depois de todo o sofrimento que passei, ele apareceu na minha casa como havia prometido, com a passagem e com o dinheiro e me disse;
- Dona Mariema aqui esta o que eu prometi para a senhora.
No dia seguinte o Nelson saiu de casa e foi à rodoviária comprar a passagem, mas não sabendo que eu estava com a minha como sempre de surpresa, quando ele voltou estava chegando em casa todo contente e com o sorriso na orelha me disse:
- Parto amanhã para São Paulo.
Eu olhei para ele e lhe respondi:
- Você esta enganado pois eu também vou, estou com a passagem e tudo pronto para irmos.
E ele com o olhar assustado me perguntou:
- Onde você arrumou o dinheiro?
Eu lhe respondi:
- Enquanto você esta indo com o milho eu já estou comendo o angu.
Ele me perguntou:
- Onde iremos morar com as crianças?
Eu respondi:
- Não sei, aonde você for eu vou atrás.
Então no outro dia, no horário que ele tinha marcado pra viajar, eu já estava com a mala pronta, e as crianças arrumadas. Ai eu sair junto com ele, fomos para São Paulo, viajamos a noite inteira até chegar lá. Quando cheguei lá eu pensei “ Como vou fazer ? Não conheço ninguém aqui.” Logo que desembarcamos do ônibus na rodoviária ele disse :
- Vamos pegar o metro. E ele saiu e eu segurando duas crianças e ele duas também. Pegamos o metro que ia para Jabaquara, chegando em Jabaquara pegamos o ônibus para Diadema, chegando em Diadema pegamos outro ônibus para Jardim Inamar. Ao descer do ônibus eu não sabia onde estava de tão boba que sou.
Fomos á feira, quando chegamos na feira encontramos com o sobrinho dele. Então o sobrinho dele deu bença, e perguntou se ele estava bem, e apresentou um por um das crianças.
O sobrinho levou todos nós para a casa dele, e lá eu fiquei durante 4 dias muito quieta, muito tímida sem saber oque fazer porque pra mim todos eles eram estranhos, eu tinha vergonha de tudo até mesmo da hora de comer, eu não conversava com ninguém, até que chegou que a sobrinha dele me disse :
- Mariema eu vou te dar dinheiro para você alugar um cômodo pois aqui você não esta se sentindo bem, quando o Tio chegar você fala para ele.
Quando o Nelson chegou eu disse:
- Nelson a Bethe vai dar o dinheiro para a gente alugar uma casa pois aqui eu não estou me sentindo bem.
Então no outro dia, ele saiu para procurar a casa, e voltou mais tarde me dizendo que havia conseguido uma casa na rua doze, daí eu disse para a Bethe:
- Bethe, o Nelson conseguiu uma casa na rua doze.
Dai ela me deu o dinheiro, eu não tinha nada, apenas a roupa do corpo, a mãe dela pegou algumas panelas e pratos e cobertores e uma espuma velha de um colchão e me deu, nós pegamos as crianças e partimos para a nova casa, quando chegamos na nova casa, eu não sabia o que fazer, estava muito frio, as crianças estavam sem agasalhos, arrumamos papelão e colocamos o colchão em cima, não tinha como tomar banho, então eu fiz uma fornalha no terreiro, e todos os dias eu saia na rua para caçar pedaços de madeira, as crianças ficavam em casa pois as pessoas diziam que aqui era muito perigoso, e assim eu consegui por alguns dias levar esta situação, porém em um determinado dia, fomos convidados a irmos a uma igreja evangélica que ficava ali mesmo ao lado da nossa casa, e nós fomos, eu, ele e as crianças.
Quando chegamos fomos muito bem recebidos, nos perguntaram de onde éramos, nós respondemos que estávamos ali a poucos dias, mas que éramos de Minas Gerais, e eles nos deram as boas vindas, e nos perguntaram se podiam fazer uma visita, e eu disse que sim.
No dia seguinte eles apareceram em nossa casa, viram a nossa situação, viram como nós não tínhamos nada, nem mesmo para comer, eles oraram e saíram, mais tarde voltaram com uma cesta básica, me perguntaram se eu tinha fogão e eu disse que não, que usava uma fornalha para aquecer uns panos e esquentar os meninos, e para dar banho, aquecia água para eles tomarem banho, a comida era feita ali mesmo no fogo a lenha, e assim foi por alguns dias, até que um dia eu sai para caçar gravetos, pedaços de madeira velha, e uma senhora me perguntou se eu queria um fogão e eu respondi que sim.
Eu sai e fui em casa para buscar o Robinho, voltamos á casa dela e levamos o fogão para casa. No outro dia fomos à igreja e lá eles nos perguntaram se estávamos bem, daí eu respondi que estamos levando a vida, contei para eles sobre o fogão que eu havia ganhado, mas que ainda faltava o botijão no mesmo dia eles foram à minha casa e nos levaram o botijão de gás e algumas vasilhas. Dias depois apareceu um irmão e nos disse que no Jardim União havia uma casa para vender mas eu sem esperança respondi:
- Mas nós não temos dinheiro para comprar, como iremos comprar uma casa? Além do mais o Nelson esta desempregado e não trabalha.
Eles me responderam que dariam uma ajudinha, se reuniram e nos ajudaram com a primeira parcela, eles foram com nós, e nós vimos o barraco, combinamos com o dono, naquele tempo era muito dinheiro para quem não trabalhava, então contamos para ele como era nossa situação e que nós tínhamos acabado de chegar de Minas Gerais, que estávamos ali a alguns dias, daí o dono do barraco disse:
- Então vocês me dão este que vocês tem, depois o restante vocês vão pagando aos poucos.
No outro dia partimos para lá era um barraco com pau podre, mas fiquei muito satisfeita, pois para quem não tinha onde morar. Durante dias para mim foi muita felicidade, mas não sabendo do desespero, porque a final de contas o Nelson não estava empregado, estávamos vivendo de doações da Conferencia São Vicente de Paula. Mas um destes dias o Nelson saiu para procurar emprego, enquanto ele estava fora, chegaram uns rapazes na nossa porta e disseram:
- Vocês não pagaram nada ainda e queremos que você saiam.
O dono estava junto e nos tínhamos que desocupar o barraco, eu sentei na varanda e disse para ele chorando:
- Mas para onde irei com as crianças?
Ele me respondeu;
- Darei um prazo até amanhã a tarde.
Assim que eles foram embora apareceu uma moça e me disse:
- Não seja boba, eles não tem o direito de tirar você daí, isto ai é da prefeitura, vai à assistência social e faça uma queixa, diga que você não tem lugar para morar.
Então quando o Nelson chegou eu contei o que havia acontecido, no dia seguinte fomos para a assistência social, chegando lá, pediram para nós irmos para delegacia e nós fomos, e ao chegarmos lá entramos e ficamos la como a serração estava muito baixa e estava muito frio, o delegado nos chamou para darmos depoimento, como o Nelson não falava nada, eu contei tudo o que estava acontecendo, então o delegado fez uma intimação para o dono do barraco, para que dez horas da manhã estivesse na delegacia, no outro dia partimos para a delegacia, o tempo estava frio, então ali ficamos até as duas horas da tarde e o dono do barraco não havia aparecido, o delegado disse para mim:
- Pode voltar para casa pois você pode pegar uma pneumonia, se o dono do barraco chegar aqui já estará tudo resolvido e se não estiver, ele não ira mais te pertubar.
No dia seguinte apareceu uma pessoa e disse:
- Por que você não sai daqui e pede ajuda para seus filhos, mas como se eu não sei andar por aqui?
E ela me disse:
- E eu sai junto com o Ronaldo, ele tinha quatro anos, eu ia de porta em porta pedindo alguma coisa, alguns me davam enquanto que outros me humilhavam, era difícil para mim, mas continuei todos os dias, com o Ronaldo era muito esperto, ele dizia:
- Não é aqui que nós passamos mãe, é por ali.
Ele sempre achava o caminho de volta para casa, e os guardas nos orientavam e assim eram todos os dias. Tinha dia que eu chegava em casa com a bolsa cheia, até mesmo não agüentava carregar, assim fui continuamente, chegou um tempo que os guardas me diziam:
- Por que você não vai à feira nos dais de quinta-feira levando roupas usadas para vender?
Passei então a ir nos dias de quinta-feira nas feiras para vender roupas e sapatos usados, teve um dia que eu cheguei em casa com sessenta cruzados nas mãos, naquela época era muito dinheiro, então eu pedi a uma pessoa que fosse a casa do dono do barraco e o chamasse para mim, quando ele chegou eu falei para ele:
- Entre para dentro.
Ele me respondeu:
- Para que me chamou?
Respondi:
- Quero conversar com você, Luizinho irei te dar sessenta cruzados no dia de hoje.
Ele chamou me marido e disse:
- Eu não fiz negócio com a senhora, eu tinha que resolver com ele.
Eu respondi:
- A partir de hoje resolva comigo, todos os dias da semana eu saia para pedir até que um dia A sogra dele que era uma pessoa muito boa e compreensiva, estávamos conversando e ela me disse:
- Engraçados seus meninos tem a mesma idade do que os da Ivone.
Perguntei:
- Quantos meninos ela tem?
Ela me respondeu:
- Quatro, e o Luizinho esta desempregado, e a Ivone esta passando muito aperto, e não tem dinheiro para comprar leite para os meninos.
Então eu disse:
- Dona Terezinha eu tenho um pouco de dinheiro e um pouco de alimento sobrando.
Então ela me disse:
- Quem sabe vocês duas não combina e paga ela com leite a alimento,
No dia seguinte a Ivone apareceu na minha casa e nós duas conversamos, eu expliquei a ela os meus problemas e ela disse que reconhecia minhas dificuldades, ela me pediu para que eu passasse para ela vinte cruzados, o leite em pó, arroz e feijão, assim paguei ela com os alimentos, todas as semanas eu pedia e ganhava algum dinheiro, roupas e remédios, nas quintas-feiras eu ia até á feira e revendia algumas das coisas que eu ganhava. Um dia uma pessoa me perguntou quem ficava com as crianças e eu respondi que não tinha ninguém, daí ela me disse para eu colocar as crianças em uma creche, eu fui até á creche e me disseram que não tinha como, fiquei muito chateada e encontrei outra pessoa que me disse:
- Volte amanhã cedo que o dono estará aqui, o nome dele é Sr. Franco, ele com certeza não deixar as crianças sem um lugar para elas aqui na escola dele.
No dia seguinte eu fui ate lá com as crianças. Quando cheguei no portão da creche ele já estava chegando, mas como não o conhecia perguntei a outras pessoas e fui atrás dele, ele cumprimentou eu e as crianças e disse :
- É essas as princesinhas ?
E eu disse :
- Eu preciso de uma vaga para as crianças, pois eu sou doente e tenho que sair para arrumar o alimento para eles, meu marido esta desempregado.
Ele disse :
- Me acompanhe, estas crianças não podem ficar sem lugar.
Então me levou para secretaria, lá conversou com a diretora, e disse :
- Arruma uma vaga para essas crianças.
Em seguida a diretora começou a conversa comigo, e me perguntou:
- Quantos filhos a senhora tem ?
Eu respondi :
- Tenho quatro filhos.
Então ela arrumou a vaga para meus quatro filhos, fez a ficha dele. Eu a disse que um deles não viria por alguns dias, depois disto tive que trocar os dias, já não saia mais nos dias de semana mais sim nos finais de semana e todos as crianças iam para creche, como não podia sair sozinha e não podia levar um dos meninos resolvi sair apenas aos sábados e levava comigo o Ronaldo enquanto o Robinho ficava em casa tomando conta das meninas. Assim fazia a mesma rotina toda semana, chamava a Ivone dava a ela leite em pó, e um pouco de dinheiro e nós continuamos assim por muito tempo. Ate que um dia ela disse :
- Não precisa pagar mais nada, esta tudo certo entre a gente, o Luizinho que é o ignorante, mas nossa amizade continua eu compreendo você. E graças a Deus e ela e a mãe dela fizemos uma amizade muito bonita.
O Nelson bebia muito me batia mais eu continuei do mesmo ao lado dele do mesmo jeito. Chegou um dia que eu disse a ele que ele precisava trabalhar, e ele disse :
- Eu não chamei você para vim atrás de mim, ficasse lá em Minas com as crianças.
Quando completou sete anos, saiu da creche e foi pra escola, e eu continuei do mesmo jeito sempre saindo de porta em porta com o Ronaldo para pedir. Quando eu cheguei na porta da igreja evangélica “ Sinos de Belém “ as obreiras me perguntaram se eu aceitava uma oração, e eu disse que sim. Então entrou eu o e Ronaldo e elas fizeram a oração, e disseram :
- Volta na quarta-feira e trás seu documento para eu orar.
Então no dia marcado eu voltei, assisti a oração toda, depois da oração elas me deram algumas coisas.
Quando eu cheguei em casa o Nelson perguntou aonde eu estava e eu disse :
- Estava na igreja.
E a desconfiança dele foi tanta que perguntou ao Ronaldo, e o Ronaldo respondeu:
- Não pai nós estávamos lá mesmo.
Ele disse que na próxima vez ele iria com a gente.
No dia seguinte eu falei:
- Nós iremos na igreja hoje de novo.
Ele disse:
- Eu também vou com vocês.
Chegando lá ele viu tudo o que estava acontecendo, pediram o documento dele par orar,e lhe disseram:
Jesus esta abrindo a porta de emprego para você o emprego irá na sua casa.
No dia seguinte apareceu um senhor lá em casa chamando ele para trabalhar, no mesmo dia á tarde apareceu uma senhora e disse:
- Mariema você gostaria de trabalhar?
E eu disse:
- Sim Dona Luiza, eu ficaria muito satisfeita em trabalhar,
Então ela disse:
La na Polimatic, esta precisando de faxineira, vá até lá amanhã e converse com a Dona Lurdes.
E eu a disse:
- Dona Luiza eu tenho problema de saúde, como a senhora vê, não tenho movimentos no meu braço esquerdo.
Ela me respondeu:
- Não fale nada se ela não perguntar.
No dia seguinte eu fui, ao chegar lá, dona Lurdes me chamou e conversou comigo, eu disse para ela:
- Tenho quatro filhos e preciso muito deste emprego.
Ela me disse:
- Vou fazer sua ficha e você começara a trabalhar hoje mesmo.
Parecia até um milagre de Deus, então comecei a trabalhar, ao chegar em casa naquele dia, o Nelson me perguntou onde eu estava, e eu respondi:
- Estou trabalhando na Polimatic.
E ele me disse:
- Mas você não sabe fazer nada.
Foi preciso pagar uma pessoa para levar as crianças para a creche para eu trabalhar, ele também conseguiu serviço e foi trabalhar, ele trabalhava durante o dia, e eu à noite durante um ano, meu horário era na parte da tarde e inicio da noite, trabalhei naquela empresa por seis meses e um determinado dia ela me disse:
- Amanhã o médico vem aqui para realizar exames no funcionários.
Dona Lurdes me disse:
- Conta toda a verdade dos seus problemas, daí eu contei a verdade sobre meus problemas de saúde para o médico, durante seis meses eu continuei trabalhando, até que um dia eu desmaiei nos pés de um dos encarregados e lá eu fiquei, era noite e nada de me internarem, então eu levantei e dei um soco na porta para eles verem que eu estava presa lá dentro. Então eles me perguntaram o que eu estava fazendo lá, não é culpa nossa nós trabalhamos durante o dia, o Nelson foi me procurar e não me encontrou, então eles abriram a porta e me perguntaram:
- Você quer se internar?
Eu disse:
- Sim o lugar de doente é em casa, mas quem vai tratar dos meus filhos?
Em seguida assinei a ficha e eles me internaram, mais tarde o Nelson foi lá, ali fiquei por muitos dias internada, os médicos me disseram:
- Ao sair daqui vá direto para o INSS, daí eu fui para o INSS fiquei lá dentro durante seis meses. Voltava a trabalhar e Dona Lurdes sempre me dizia pra mim voltar pro INSS. Chegava no INSS passava pelo medico, e o medico me mandava eu voltar a trabalhar, minha luta foi por muito tempo.
Até que chegou um dia em que trabalhando, passei mau uma dor na coluna, e o Nelson como sempre me levou ao planto socorro e me enganou, conversou com o medico sem que eu soubesse, fez a minha ficha saíram para fora me colocaram em uma ambulância quando eu vi eu estava dentro de um hospital de psiquiatria “ Casa de repouso “ ali eu passei durante seis meses internada, ele ia lá o dia que ele queria, as vezes passava os dias de visita e ele não aparecia eu me sentia abandonada. Então chegou o dia do aniversario do Robinho, ele faria quatorze anos, esse dia era o dia de fazer visita ele não apareceu, fiquei muito triste
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